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Poesia infantil

De L a O

Onde a letra L
descobriu o lobo-guará?
na cor laranja
ou na luz do luar?

A letra M
semeou macaquice
e brotou mico-leão
na mata.

A paixão pelo mar
fez a letra N
transformar-se num peixe:
o namorado!

Os bichos gritaram:
– olha a onça!
E a letra O inventou
a surpresa: Ohhh!!!

Lalau e Laurabeatriz – As letras [DE L A O]

Karina

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Toquinho e as crianças

Já falamos sobre o cantor e compositor brasileiro Toquinho e de seu talento aqui no blog. O poeta – como achamos que devemos chamá-lo – sempre foi fã dos pequenos e em parceria com o grande Vinicius de Moraes compôs diversas músicas maravilhosas destinadas ao público infantil.

Hoje trazemos a letra e vídeo da canção “Imaginem”, que foi inspirada na música “Imagine” do beatle John Lennon e traz uma mensagem de paz.

Vejam:

Imaginem todos vocês

Se o mundo inteiro vivesse em paz

A natureza, talvez, não fosse destruída jamais

Russo, cowboy e chinês

Num só país sem fronteiras

Armas de fogo, seria tão bom

Se fossem feitas de isopor

E aqueles mísseis de mil megatons

Fossem bombons de licor


Flores colorindo a terra

Toda verdejante, sm guerra

Nenhum seria tão rico

Nem outro tão pobrinho

Todos num caminho só

Os rios e mares limpinhos

Com peixes, baleias, golfinhos

Faríamos as usinas e as bombas nucleares

Virarem pão-de-ló


Imaginem todos vocês

Um mundo bom, que um Beatle sonhou

Peçam a quem fala inglês

Versão da canção que John Lennon cantou

Russo, cowboy e chinês

Num só país sem fronteiras

Armas de fogo, seria tão bom

Se fossem feitas de isopor

E aqueles mísseis de mil megatons

Fossem bombons de licor


Karina

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Mário Quintana para crianças

O poeta gaúcho Mário Quintana além de escrever para adultos, dedicou seu talento também ao público infantil. Quintana escreveu para as crianças de forma simples e bem-humorada e soube, como poucos, adentrar facilmente o universo infantil.

Confiram:


Canção de nuvem e vento


Medo da nuvem

Medo Medo

Medo da nuvem que vai crescendo

Que vai se abrindo

Que não se sabe

O que vai saindo

Medo da nuvem Nuvem Nuvem

Medo do vento

Medo Medo

Medo do vento que vai ventando

Que vai falando

Que não se sabe

O que vai dizendo

Medo do vento Vento Vento

Medo do gesto

mudo

Medo da fala

Surda

Que vai movendo

Que vai dizendo

Que não se sabe

Que bem se sabe

Que tudo é nuvem que tudo é vento

Nuvem e vento Vento Vento!

A GENTE AINDA NÃO SABIA


A gente ainda não sabia que a Terra era redonda.

E pensava-se que nalgum lugar, muito longe,

Deveria haver num velho poste uma tabuleta qualquer

— uma tabuleta meio torta

E onde se lia, em letras rústicas: FIM DO MUNDO.

Ah! Depois nos ensinaram que o mundo não tem fim

E não havia remédio senão irmos andando às tontas

Como formigas na casca de uma laranja.

Como era possível, como era possível, meu Deus,

Viver naquela confusão?

Foi por isso que estabelecemos uma porção de fins de mundo…

Karina

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Os Meses, de Bilac: Dezembro

Coro de crianças:

Passem os meses desfilando!

Venha cada um por sua vez.

Dancemos todos, escutando

O que nos conta cada mês!

Dezembro:

Deixemos as coisas sérias!

Sou o belo mês das Férias,

O belo mês do Natal!

Crianças! tendes saudade

Da casa, da liberdade,

Do carinho maternal?

Sou o belo mês da Infância!

— Quem trabalhou com constância,Debalde não trabalhou:

As aulas estão suspensas;

Tem prêmios e recompensas

Todo aquele que estudou.

Quem estudou, finalmente,

Recebe a paga, contente,

Do sacrifício que fez…

— Férias, colégios fechados

E livros abandonados!…

Eu sou das férias o mês!

Coro de crianças:

Inda uma vez dancemos rindo!

Vamos às casas regressar…

O ano acabou! Dezembro é findo!

Vamos agora descansar!

Karina

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Figurinhas

A maravilhosa Cecília Meireles encantou a todos: adultos e crianças. O enfoque é completamente diferente, mas quem tinha uma inteligência ímpar como essa escritora consegue atingir o público leitor que bem entender.

Abaixo, reproduzimos mais um excelente poema infantil de Cecília Meireles, da série “Ou Isto Ou Aquilo”, dedicada às crianças:

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Figurinhas

II


Onde está meu quintal

amarelo e encarnado,

com meninos brincando

de chicote-queimado,

com cigarra nos troncos

e formigas no chão,

e muitas conchas brancas

dentro da minha mão?


E Júlia e Maria

e Amélia onde estão?


Onde está meu anel

e o banquinho quadrado

e o sabiá na mangueira

e o gato no telhado?


– e a moringa de barro,

e o cheiro do alvo pão?

E tua voz, Pedrina,

sobre o meu coração?

Em que altos balanços

se balançarão?…

Telma

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O Mosquito e o Pato

Hoje trazemos mais duas poesias infantis escritas pelo eterno Vinicus de Moraes. Ambas tratam de animais, temática bastante recorrente do autor em seus poemas para crianças, sendo que uma delas é a famosíssima “O Pato”. Não deixem de mostrá-las aos pequenos. O gosto pela leitura deve se desenvolver o mais cedo possível.


O MOSQUITO

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O mundo é tão esquisito:

Tem mosquito.


Por que, mosquito, por que

Eu… e você?


Você é o inseto

Mais indiscreto

Da Criação

Tocando fino

Seu violino

Na escuridão.


Tudo de mau

Você reúne

Mosquito pau

Que morde e zune.


Você gostaria

De passar o dia

Numa serraria

Gostaria?


Você parece uma serraria!


O PATO

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Lá vem o Pato

Pata aqui, pata acolá

Lá vem o Pato

Para ver o que é que há.

O Pato pateta

Pintou o caneco

Surrou a galinha

Bateu no marreco

Pulou do poleiro

No pé do cavalo

Levou um coice

Criou um galo

Comeu um pedaço

De jenipapo

Ficou engasgado

Com dor no papo

Caiu no poço

Quebrou a tigela

Tantas fez o moço

Que foi pra panela.

Telma

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Os meses de Bilac: Agosto

AGOSTO

Coro de crianças:

Passem os meses desfilando!

Venha cada um por sua vez!

Dancemos todos, escutando

O que nos conta cada mês!

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Agosto:

Com as chuvas derradeiras,

Molham-se as verdes palmeiras

E os canteiros do jardim.

Já que o tempo não melhora,

Deixemos em paz lá fora

O balanço e o trampolim…

Depois das lições, abramos

Livros de contos; leiamos

As ardentes narrações

De aventuras, de viagens

Por inóspitas paragens

E por selvagens sertões…

— De explorações arrojadas

Feitas em zonas geladas,

Em zonas de vivos sóis;

E percorramos a História,

Honrando e amando a memória

Dos justos e dos heróis!

Coro de crianças:

Fugiu Agosto! Pede entrada

Um novo mês que nos vai dar

A Primavera perfumada!

É o nono mês que vai entrar!

Karina

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Mais José Paulo Paes para a garotada

Trazemos mais dois poemas do escritor José Paulo Paes, que soube, com muito talento e criatividade, escrever para crianças.

O primeiro poema – Convite – como o próprio título diz, convida a criança a brincar com as palavras. É sem dúvida um incentivo para a garotada se animar a escrever mais, a dar asas à imaginação.

No segundo poema transcrito hoje – Pura Verdade – Paes brinca com o leitor e sua imaginação.

Divirtam-se:

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CONVITE

Poesia

é brincar com palavras

como se brinca

com bola, papagaio, pião.


Só que

bola, papagaio,pião

de tanto brincar

se gastam.


As palavras não:

quanto mais se brinca

com elas

mais novas ficam.


Como a água do rio

que é água sempre nova.


Como cada dia

que é sempre um novo dia.


Vamos brincar de poesia?


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PURA VERDADE

Eu vi um ângulo obtuso

Ficar inteligente

E a boca da noite

Palitar os dentes.


Vi um braço de mar

Coçando o sovaco

E também dois tatus

Jogando buraco.


Eu vi um nó cego

Andando de bengala

E vi uma andorinha

Arrumando a mala.


Vi um pé de vento

Calçar as botinas

E o seu cavalo-motor

Sacudir as crinas.


Vi uma mosca entrando

Em boca fechada

E um beco sem saída

Que não tinha entrada.


É a pura verdade,

A mais nem um til,

E tudo aconteceu

Num primeiro de abril.

Karina

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Os Meses, de Olavo Bilac: Julho

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Coro de crianças:

Passem os meses desfilando!

Venha cada um por sua vez!

Dancemos todos, escutando

O que nos conta cada mês!

Julho:

Mais curtos são os dias…

As noites são mais frias,

E custam a passar…

Que cômodo o descanso,

Na calma, no remanso,

Na placidez do lar…

Que paz, e que franqueza,

Quando, ao redor da mesa,

À luz do lampião,

A gente se congrega,

E ao júbilo se entrega

De doce comunhão!

Amigos, estudemos!

E esta estação saudemos

Bondosa, que nos traz

As longas noites calmas

Que dão às nossas almas

O Amor, o Estudo e a Paz!

Coro de crianças:

O mês de julho oculta o rosto…

O seu encanto se desfez…

Entre na roda o mês de agosto!

Entre na dança o oitavo mês!


Karina

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O Elefantinho e A Foca, de Vinicius

Seguem mais dois poemas para crianças da lavra do grande mestre Vinicius de Moraes. A coleção de poesias infantis deixadas por Vinicius é um clássico que deve ser conhecido e divulgado.

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O ELEFANTINHO

Onde vais, elefantinho

Correndo pelo caminho

Assim tão desconsolado?

Andas perdido, bichinho

Espetaste o pé no espinho

Que sentes, pobre coitado?


– Estou com um medo danado

Encontrei um passarinho!

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A FOCA

Quer ver a foca

Ficar feliz?

É pôr uma bola

No seu nariz.


Quer ver a foca

Bater palminha?

É dar a ela

Uma sardinha.


Quer ver a foca

Fazer uma briga?

É espetar ela

bem na barriga!

Telma

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