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Aprendendo com diversão: poesia para crianças

Trazemos no post de hoje alguns poemas de José Paulo Paes destinados ao público infantil.

O autor reúne poemas simples, lúdicos e inteligentes, que mexem com a imaginação dos pequenos. Para os adultos, a leitura dos poemas de José Paulo Paes também é um deleite.

Confiram:


VALSINHA

Rachelle Anne Miller


É tão fácil

dançar

uma valsa,

rapaz.


Pezinho

pra frente,

pezinho

pra trás.


Pra dançar

uma valsa

é preciso

só dois.


O sol

com a lua.

Feijão

com arroz.

CORREÇÃO


Como dizia

aquele bem-te-vi que ficou míope:

“bem te via… bem te via…”

LETRA L


O L é uma letra louca.

Transforma a nota mi em 1000

e faz a uva andar de luva,

cabra descobrir o Brasil.

PESCARIA


Um homem

que se preocupava demais

com coisas sem importância

acabou ficando com a cabeça cheia de minhocas.

Um amigo lhe deu então a idéia

de usar as minhocas

numa pescaria para se distrair das preocupações.

O homem se distraiu tanto

pescando

que sua cabeça ficou leve

como um balão

e foi subindo pelo ar

até sumir nas nuvens.

Onde será que foi parar?

Não sei

nem quero me preocupar com isso.

Vou mais é pescar.

Karina

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Mais José Paulo Paes para a garotada

Trazemos mais dois poemas do escritor José Paulo Paes, que soube, com muito talento e criatividade, escrever para crianças.

O primeiro poema – Convite – como o próprio título diz, convida a criança a brincar com as palavras. É sem dúvida um incentivo para a garotada se animar a escrever mais, a dar asas à imaginação.

No segundo poema transcrito hoje – Pura Verdade – Paes brinca com o leitor e sua imaginação.

Divirtam-se:

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CONVITE

Poesia

é brincar com palavras

como se brinca

com bola, papagaio, pião.


Só que

bola, papagaio,pião

de tanto brincar

se gastam.


As palavras não:

quanto mais se brinca

com elas

mais novas ficam.


Como a água do rio

que é água sempre nova.


Como cada dia

que é sempre um novo dia.


Vamos brincar de poesia?


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PURA VERDADE

Eu vi um ângulo obtuso

Ficar inteligente

E a boca da noite

Palitar os dentes.


Vi um braço de mar

Coçando o sovaco

E também dois tatus

Jogando buraco.


Eu vi um nó cego

Andando de bengala

E vi uma andorinha

Arrumando a mala.


Vi um pé de vento

Calçar as botinas

E o seu cavalo-motor

Sacudir as crinas.


Vi uma mosca entrando

Em boca fechada

E um beco sem saída

Que não tinha entrada.


É a pura verdade,

A mais nem um til,

E tudo aconteceu

Num primeiro de abril.

Karina

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Literatura Infantil

Oferecemos o post de hoje principalmente aos leitores mirins. Trazemos dois poemas infantis, um da consagrada Cecília Meireles e o outro do escritor e poeta paulista José Paulo Paes (1926-1998), que dedicou grande parte de sua carreira a escrever para crianças e  – diga-se – com muita criatividade e sutileza.

Certamente, se apresentadas desde cedo à obra desses poetas, as crianças irão carregar consigo o hábito de gostar de ler.

Confiram:


RARIDADE

macaw

A arara

é uma ave rara

pois o homem não pára

de ir ao mato caçá-la

para a pôr na sala

em cima de um poleiro

onde ela fica o dia inteiro

fazendo escarcéu

porque já não pode

voar pelo céu.


E se o homem não pára

de caçar arara,

hoje uma ave rara,

ou a arara some

ou então muda seu nome

para arrara.

(José Paulo Paes)

A BAILARINA

ballerina

Esta menina

tão pequenina

quer ser bailarina.


Não conhece nem dó nem ré

mas sabe ficar na ponta do pé.


Não conhece nem mi nem fá

mas inclina o corpo para cá e para lá.


Não conhece nem lá nem si,

mas fecha os olhos e sorri.


Roda, roda, roda com os bracinhos no ar

e não fica tonta nem sai do lugar.


Põe no cabelo uma estrela e um véu

e diz que caiu do céu.


Esta menina

tão pequenina

quer ser bailarina.


Mas depois esquece todas as danças,

e também quer dormir como as outras crianças.

Karina

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