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O Mosquito e o Pato

Hoje trazemos mais duas poesias infantis escritas pelo eterno Vinicus de Moraes. Ambas tratam de animais, temática bastante recorrente do autor em seus poemas para crianças, sendo que uma delas é a famosíssima “O Pato”. Não deixem de mostrá-las aos pequenos. O gosto pela leitura deve se desenvolver o mais cedo possível.


O MOSQUITO

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O mundo é tão esquisito:

Tem mosquito.


Por que, mosquito, por que

Eu… e você?


Você é o inseto

Mais indiscreto

Da Criação

Tocando fino

Seu violino

Na escuridão.


Tudo de mau

Você reúne

Mosquito pau

Que morde e zune.


Você gostaria

De passar o dia

Numa serraria

Gostaria?


Você parece uma serraria!


O PATO

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Lá vem o Pato

Pata aqui, pata acolá

Lá vem o Pato

Para ver o que é que há.

O Pato pateta

Pintou o caneco

Surrou a galinha

Bateu no marreco

Pulou do poleiro

No pé do cavalo

Levou um coice

Criou um galo

Comeu um pedaço

De jenipapo

Ficou engasgado

Com dor no papo

Caiu no poço

Quebrou a tigela

Tantas fez o moço

Que foi pra panela.

Telma

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Vinicius de Moraes em sua faceta infantil

Vinicius de Moraes, sem sombra de dúvidas, dispensa comentários ou apresentações. Foi um dos grandes gênios de nossa literatura, tendo colhido os frutos do sucesso também no teatro, no cinema e na música. A obra literária do “poetinha”, como era conhecido, é vasta e riquíssima e seus sonetos ganharam o mundo.

O que nem todos comentam é que Vinicius não escrevia somente para adultos e fez poemas infantis espetaculares. Aliás, eu e a Karina, autoras deste blog, quando pequenas, líamos e relíamos tais preciosidades com avidez e entusiasmo.

Mas chega de introduções. Lhes dou um pouco de Vinicius de Moraes para crianças:

O RELÓGIO

Passa, tempo, tic-tac

Tic-tac, passa, hora

Chega logo, tic-tac

Tic-tac, e vai-te embora

Passa, tempo

Bem depressa

Não atrasa

Não demora

Que já estou

Muito cansado

Já perdi

Toda a alegria

De fazer

Meu tic-tac

Dia e noite

Noite e dia

Tic-tac

Tic-tac

Tic-tac…

 

A PORTA

Eu sou feita de madeira

Madeira, matéria morta

Mas não há coisa no mundo

Mais viva do que uma porta.

Eu abro devagarinho

Pra passar o menininho

Eu abro bem com cuidado

Pra passar o namorado

Eu abro bem prazenteira

Pra passar a cozinheira

Eu abro de sopetão

Pra passar o capitão

Só não abro pra essa gente 

Que diz (a mim bem me importa…)

Que se uma pessoa é burra

É burra como uma porta.

Eu sou muito inteligente!

Eu fecho a frente da casa

Fecho a frente do quartel

Fecho tudo nesse mundo

Só vivo aberta no céu!

 

O PATO

Lá vem o pato

Pata aqui, pata acolá

Lá vem o Pato

Para ver o que é que há.

O pato pateta

Pintou o caneco

Surrou a galinha

Bateu no marreco

Pulou do poleiro

No pé do cavalo

Levou um coice

Criou um galo

Comeu um pedaço

De jenipapo

Ficou engasgado

Com dor no papo

Caiu no poço

Quebrou a tigela

Tantas fez o moço

Que foi pra panela.

 

Telma

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