Guilherme de Almeida foi um dos maiores expoentes da literatura brasileira, sendo considerado um precursor da escola modernista. Faleceu em 1969, deixando-nos órfãos de sua genialidade. No poema que reproduzimos a seguir, o exímio escritor trata de um tema eternamente em voga: o ciúme. E o faz com um brilhantismo ímpar! Veja por si mesmo:
“Minha melhor lembrança é aquele instante no qual
Pela primeira vez, me entrou pela retina
Tua silhueta, provocante e fina
Como um punhal
Depois, passaste a ser unicamente aquela
Que a gente se habitua a achar apenas bela
E que é quase banal.
E agora que te tenho em minhas mãos e sei
Que os teus nervos se enfeixam todos em meus dedos
E os teus sentidos são cinco brinquedos
Com que brinquei
Agora que não mais me és inédita; agora
Que eu compreendo que, tal como te vira outrora
Nunca mais te verei
Agora que de ti, por muito que me dês
Já não podes dar a impressão que me deste
A primeira impressão, que me fizeste
Louco talvez
Tenho ciúme de quem não te conhece ainda
E cedo ou tarde te verá, pálida e linda
Pela primeira vez.”
Telma
leonardo sarava said,
dezembro 20, 2008 @ 6:04 pm
que bom q vc gosta de guilherme de almeida! ele é de fato um dos maiores nomes de nossa poesia. fico feliz com a postagem do poema. apenas recomendo que, na próxima vez, seja respeitada a divisão original de versos… o poema não é em prosa corrida, e fica muito mais gracioso se disposto em versos.
abraço,
leonardo
telminha21 said,
dezembro 21, 2008 @ 3:13 pm
Caro Leonardo,
obrigada pelo seu comentário. Guilherme de Almeida é realmente maravilhoso e amamos esse poema.
Também agradecemos pela correção e esclarecemos que reproduzimos o poema em versos, como deve ser. Abraços.
Karina e Telma
ana lucia said,
abril 19, 2009 @ 10:44 pm
O príncipe dos poetas,guilherme de almeida é eterno .
Suas poesias e poemas atravessam os tempos como se fossem feitos nos dias de hoje, ele é romântico, moderno, atual e com a sensibilidade que poucos tem.
Ele é apaixonante no livro “MESSIDOR”.
joao lima said,
julho 12, 2012 @ 11:16 pm
há 30 anos ouvi esse poema com cladio cavalcante. ele recitava outro de gibran, gostaria de encontrar
Cecilia Lima said,
maio 17, 2014 @ 1:48 am
Vim atrás do “Por quê,” e não quero ir embora, só vou porque poderei voltar em qualquer hora.
Obrigada,