Archive for abril, 2011

Desejo

Desejo

 

Desejo primeiro, que você ame,

e que amando, também seja amado.


E que se não for, seja breve em esquecer

e esquecendo não guarde mágoa.


Desejo também que tenha amigos,

que mesmo maus e inconseqüentes,

sejam corajosos e fiéis,

e que em pelo menos num deles

você possa confiar sem duvidar.


E porque a vida é assim,

desejo ainda que você tenha inimigos;

Nem muitos, nem poucos,

e que entre eles, haja pelo menos um que seja justo,

para que você não se sinta demasiado seguro.


Desejo ainda que você seja tolerante;

não com os que erram pouco, porque isso é fácil,

mas com os que erram muito e irremediavelmente,

e que fazendo bom uso dessa tolerância,

você sirva de exemplo aos outros.


Desejo que você sendo jovem,

não amadureça depressa demais

e sendo maduro, não insista em rejuvenescer,

e que sendo velho não se dedique ao desespero.

Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor

e é preciso deixar que eles escorram por entre nós.


Desejo também, que você plante uma semente

por mais minúscula que seja,

e que acompanhe o seu crescimento

para que você saiba de quantas muitas vidas

é feita uma árvore.


Desejo por fim que você sendo um homem,

tenha uma boa mulher,

e que sendo uma mulher,

tenha um bom homem

e que se amem hoje, amanhã e no dia seguinte,

e que quando estiverem exaustos e sorridentes,

ainda haja amor para recomeçar.


E se tudo isso acontecer,

não tenho mais nada a desejar.


Victor Hugo

Karina

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Amor em pauta com Vinicius

Para mim,  Vinicius de Moraes é sinônimo de poema de amor.

E hoje me deu uma vontade louca de ler Vinicius, de sorver lentamente cada palavra que esse grande escritor escreveu sobre o amor.

Eis o resultado:

Soneto de fidelidade

De tudo, ao meu amor serei atento

Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto

Que mesmo em face do maior encanto

Dele se encante mais meu pensamento

Quero vivê-lo em cada vão momento

E em seu louvor hei de espalhar meu canto

E rir meu riso e derramar meu pranto

Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim quando mais tarde me procure

Quem sabe a morte, angústia de quem vive

Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa lhe dizer do amor (que tive):

Que não seja imortal, posto que é chama

Mas que seja infinito enquanto dure.

Soneto do maior amor

Oxford

Maior amor nem mais estranho existe

Que o meu, que não sossega a coisa amada

E quando a sente alegre, fica triste

E se a vê descontente, dá risada.

E que só fica em paz se lhe resiste

O amado coração, e que se agrada

Mais da eterna aventura em que persiste

Que de uma vida mal-aventurada.

Louco amor meu, que quando toca, fere

E quando fere vibra, mas prefere

Ferir a fenecer – e vive a esmo

Fiel à sua lei de cada instante

Desassombrado, doido, delirante

Numa paixão de tudo e de si mesmo.

Karina

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Cantigas de Roda

As cantigas de roda, também chamadas de cirandas, são um tipo de brincadeira na qual as crianças formam uma roda e cantam músicas folclóricas, que podem ser acompanhadas de gestos e coreografias.

As cantigas de roda fazem parte do folclore brasileiro e se destacam pelas letras simples, divertidas e por expressar a cultura local.

Trazemos hoje algumas das mais populares, para divertir crianças e adultos:

 

O CRAVO E A ROSA

O Cravo brigou com a rosa

Debaixo de uma sacada

O Cravo ficou ferido

E a Rosa despedaçada

O Cravo ficou doente

A Rosa foi visitar

O Cravo teve um desmaio

A Rosa pôs-se a chorar.

NESTA RUA

Nesta rua, nesta rua, tem um bosque

Que se chama, que se chama, Solidão

Dentro dele, dentro dele mora um anjo

Que roubou, que roubou meu coração

Se eu roubei, se eu roubei seu coração

É porque tu roubastes o meu também

Se eu roubei, se eu roubei teu coração

É porque eu te quero tanto bem

Se esta rua se esta rua fosse minha

Eu mandava, eu mandava ladrilhar

Com pedrinhas, com pedrinhas de brilhante

Para o meu, para o meu amor passar.

ESCRAVOS DE JÓ

Escravos de Jó jogavam caxangá

Tira, bota deixa o Zé Pereira ficar

Guerreiros com guerreiros fazem zigue zigue za (bis)

A BARATA DIZ QUE TEM

A Barata diz que tem sete saias de filó

É mentira da barata, ela tem é uma só

Ah ra ra, iá ro ró, ela tem é uma só !

A Barata diz que tem um sapato de veludo

É mentira da barata, o pé dela é peludo

Ah ra ra, Iu ru ru, o pé dela é peludo !

A Barata diz que tem uma cama de marfim

É mentira da barata, ela tem é de capim

Ah ra ra, rim rim rim, ela tem é de capim

A Barata diz que tem um anel de formatura

É mentira da barata, ela tem é casca dura

Ah ra ra , iu ru ru, ela tem é casca dura

A Barata diz que tem o cabelo cacheado

É mentira da barata, ela tem coco raspado

Ah ra ra, ia ro ró, ela tem coco raspado

CIRANDA CIRANDINHA

Ciranda Cirandinha

Vamos todos cirandar

Vamos dar a meia volta

Volta e meia vamos dar

O Anel que tu me destes

Era vidro e se quebrou

O amor que tu me tinhas

Era pouco e se acabou

Por isso dona Rosa

Entre dentro desta roda

Diga um verso bem bonito

Diga adeus e vá se embora.

TEREZINHA DE JESUS

Terezinha de Jesus deu uma queda

Foi ao chão

Acudiram três cavalheiros

Todos de chapéu na mão

O primeiro foi seu pai

O segundo seu irmão

O terceiro foi aquele

Que a Tereza deu a mão

Terezinha levantou-se

Levantou-se lá do chão

E sorrindo disse ao noivo

Eu te dou meu coração

Dá laranja quero um gomo

Do limão quero um pedaço

Da morena mais bonita

Quero um beijo e um abraço.

A CANOA VIROU

A canoa virou

Por deixá-la virar

Foi por causa da “Fulana”

Que não soube remar

Se eu fosse um peixinho

E soubesse nadar

Tirava a “Fulana”

Do fundo do mar.

BORBOLETINHA

Borboletinha

Tá na cozinha

Fazendo chocolate

Para a vizinha

Poti, poti

Perna de pau

Olho de vidro

Nariz de pica pau.

POMBINHA BRANCA

Pombinha Branca, que está fazendo?

Lavando roupa pro casamento

Vou me lavar, vou me trocar

Vou na janela pra namorar

Passou um homem, te terno branco

Chapéu de lado, meu namorado

Mandei entrar, mandei sentar

Cuspiu no chão, limpa aí seu porcalhão

Tenha mais educação

Limpa aí seu porcalhão

Tenha mais educação

Limpa aí seu porcalhão

Tenha mais educação

La,la,la,la,la,la,la

la,la,la,la,la,la,la.

COELHINHO

De olhos Vermelhos

De pêlo branquinho

Orelhas bem grandes

Eu sou o coelhinho

Sou muito assustado

Porém sou guloso

Por uma cenoura

Eu fico manhoso

Eu pulo pra frente

Eu pulo pra trás

Dou mil cambalhotas

Sou forte demais

Comi uma cenoura

Com casca e tudo

Tão grande ela era

Fiquei barrigudo.

 

Karina

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