A literatura mundial perde mais um grande nome. O poeta brasileiro Manoel de Barros o faleceu ontem aos 97 anos.
Reconhecido no Brasil e internacionalmente, o escritor foi considerado por Drummond o “maior poeta brasileiro” vivo. Guimarães Rosa, outro revolucionário das palavras, comparou os escritos de Manoel de Barros a um “doce de coco”. Tinha ainda como admiradores declarados, Millôr Fernandes, Geraldo Carneiro e Antonio Houaiss. Recebeu vários prêmios literários.
Como legado deixou mais de vinte livros publicados no Brasil, todos repletos de delicadezas, originalidade e beleza.
A seguir mais uma amostra das maravilhas de seus poemas:
Tratado geral das grandezas do ínfimo
A poesia está guardada nas palavras — é tudo que eu sei.
Meu fado é o de não saber quase tudo.
Sobre o nada eu tenho profundidades.
Não tenho conexões com a realidade.
Poderoso para mim não é aquele que descobre ouro.
Para mim poderoso é aquele que descobre as insignificâncias (do mundo e as nossas).
Por essa pequena sentença me elogiaram de imbecil.
Fiquei emocionado.
Sou fraco para elogios.
Karina